Serviço Municipal de Metrologia

Laboratório de Metrologia

Localizado no edifício dos Paços do Concelho da Sertã, este serviço é dotado de um espaço laboratorial qualificado, onde são efectuados os controlos de rastreabilidade de padrões metrológicos e operacionalidade interna. O laboratório tem vindo progressivamente a alargar o seu âmbito de atuação, estando atualmente apto a realizar operações de verificação metrológica nos domínios de Massa, Tempo e Instrumentos de Pesagem de Funcionamento não automático.

Metrologia Legal

A Metrologia Legal garante a exatidão do resultado das medições nos limites definidos regulamentarmente, tornando as transações comerciais mais justas e eficazes, contribuindo para a correção e transparência do comércio, facilitando o desenvolvimento do comércio mundial e a globalização dos mercados e reforçando a credibilidade e a confiança das medições.

A realização de operações de controlo metrológico está relacionada com a aplicação da legislação regulamentar.

O IPQ – Instituto Português da Qualidade é responsável pela elaboração da legislação metrológica para as diferentes áreas de atividade económica e acompanhamento das diretivas da UE.

A informação ao público é dada com uma etiqueta informativa identificando se o “instrumento está verificado “ou “rejeitado”. Esta etiqueta informativa tem uma validade anual e apresenta o ano em que a balança terá de ser verificada novamente e, a cada ano, corresponde uma cor. O agente económico, por sua vez, receberá também um Certificado de Verificação ou Rejeição. (fonte: IPQ.pt)

História da Metrologia no concelho da Sertã

“(Re) Descobrir mais de um século de Metrologia no concelho da Sertã”

A necessidade de medir as coisas é muito antiga e remete à origem das primeiras civilizações. Por um longo período de tempo, cada povo teve o seu próprio sistema de medidas, que era estabelecido a partir de unidades arbitrárias e imprecisas como, por exemplo, as baseadas no corpo humano (palmo, pé, polegada, braça, etc.).

É preciso recuar até ao reinado de D. João III (1521-1557) para encontrar a primeira referência histórica sobre os pesos e medidas em uso no concelho da Sertã. Segundo as ordens reais, cabia aos concelhos a nomeação de um responsável por aferir estes pesos e medidas, apesar de a definição dos mesmos pertencer à Coroa.

O rei D. João III enviou uma carta à Câmara da Sertã, no século XVI, onde se determinava os pesos que deveriam ser usados pelos tecelões locais.

O almotacé era quem dentro das câmaras tinha a responsabilidade de aferir os pesos e medidas usados no comércio, bem como fiscalizar todas as atividades comerciais, assegurando o abastecimento e velando os mercados.

Na Câmara da Sertã, eram eleitos dois almotacés a cada trimestre, um para a vila da Sertã e outro para o seu termo (restantes freguesias). Foram vários os cidadãos que desempenharam estas funções:

- Amador Ferreira (1723)

- Manuel Fernandes (1723)

- João Francisco da Marinha (1723)

- Francisco Nunes (1724)

- António Ribeiro (1724)

- Silvestre Pires (1724)

- Inocêncio Leitão (1724)

- Manuel Luís (1725)

- Estevão Gomes (1725)

- António Farinha (1726)

- Manuel Velez (1726)

- Pedro Simão (1727)

- Manuel Antunes Barata (1727)

- Bonifácio António (1727)

- Manuel Nogueira de Moura (1727)

- Joaquim Luís Leitão de Faria (1762)

- João da Silva Leitão (1762)

- Manuel Galvão (1763)

- Luís António da Mota Freire (1763)

- António Mendonça Andrade (1763)

- Manuel Baptista Carneiro (1763)

- Bonifácio A. Leitão da Mota (1764)

- José de Torres (1764)

- Manuel Vaz Freire (1765)

- Francisco J. Tello da Fonseca (1765)

- Francisco Rod. Caldeira (1766)

- António Ferreira de Campos (1766)

- Manuel Alvares (1768)

- Domingos Nunes da Mata (1768)

- António Leitão da Mota Freire (1785)

- Joaquim António Mendonça (1785)

- João L. M. Freire Sequeira Abreu (1785)

- António Pereira Garcês (1785)

- Joaquim Luís Leitão de Faria (1786)

- António Pereira (1786)

- João Leitão da Mota (1810)

- Pedro Bruno (1810)

- Francisco José Nunes (1810)

O Sistema de Metrologia Nacional conheceu ao longo do último milénio, três períodos fundamentais, anteriores ao atual sistema internacional de unidades:

1. A diversidade de padrões da Idade Média;

2. A criação de um sistema uniforme no período Manuelino;

3. E o sistema métrico decimal a partir de meados do séc. XIX.

Às Câmaras Municipais coube o papel de verificar a exatidão dos pesos e medidas existentes na sua área de intervenção, sendo criada a figura do “aferidor municipal”, que tinha o papel e estava munido com instrumentos que permitiam verificar a exatidão dos pesos e medidas em uso nos diferentes estabelecimentos comerciais.

Com o objetivo de manter viva a memória do “aferidor municipal” e dos pesos e medidas usados “antigamente”, o Serviço de Metrologia do Município da Sertã integra um rico e diversificado espólio patrimonial metrológico com raízes e influências do último período, ao cuidado de três Aferidores:

DOMÍNIO	CLASSE DE EXATIDÃO	ALCANCE
Primeira Verificação e Verificação Periódica de Instrumentos de Pesagem não Automática.	II	20kg
Primeira Verificação e Verificação Periódica de Instrumentos de Pesagem não Automática.	III e IIII	4 000 kg
Primeira Verificação e Verificação Periódica de Massas	M1	20mg a 20kg
Primeira Verificação e Verificação Periódica de Massas	M2	100mg a 20kg
Primeira Verificação e Verificação Periódica de Massas	M3	1g a 20kg